Terminei há bocado a leitura d'"O Tigre Branco" de Aravind Adiga.
Um livro sobre um empresário que era criado e que saiu da "Escuridão" (miséria, pobreza, servidão). Um livro sobre a Índia, a desenvolvida e a miserável, estrondosamente pobre e onde reina a assimetria entre os que têm o poder e os que nunca o terão.
Aravind Adiga utiliza, a certa altura, uma comparação entre ricos e pobres, que cito aqui:
"Os sonhos dos ricos e os sonhos dos pobres - nunca coincidem, pois não?
Está a ver, os pobres toda a vida sonham em ter o suficiente para comer e em ficar parecidos com os ricos. E os ricos, com que é que sonham?
Com perder peso e ficar parecidos com os pobres."
A ironia conduz todo o livro, uma carta ao primeiro-ministro chinês que vai visitar a Índia, que lhe é descrita por este empresário indiano, outrora criado. Mas isso não acontece com todos os que vivem na "Escuridão". Aliás, acontece com muito poucos. E assim é a Índia.