O gesto de Manuel Pinho hoje no Parlamento na direcção do deputado Bernardino Soares, do PCP, é verdadeiramente injustificável. O que aconteceu não é digno do Parlamento de um país civilizado.
O que terá passado pela cabeça de Manuel Pinho? Esqueceu-se de onde estava e de que haviam televisões a mostrar o debate em directo? Entendo que todos nós temos momentos na vida em que temos atitudes precipitadas, mas de um ministro espera-se sempre um comportamento condigno ao posto que ocupa.
Depois do gesto, a sua saída era inevitável. Pinho cometeu um autêntico suicídio político. Pelo menos agora vai poder ter umas férias mais descansadas e, quem sabe, comer muita "papa maizena". Porque só mesmo com muita papa é que Pinho voltará um dia a ser ministro.
Aproveito para louvar a atitude de José Sócrates ao desculpar-se perante o Parlamento pelo acto irreflectido do seu ministro. Não fugiu pela tangente tentando inventar desculpas que safassem o ministro. A atitude ficou-lhe bem. Só queria era saber qual seria a atitude se Pinho não se tivesse demitido? Iria demiti-lo ou mantê-lo? Isso nunca saberemos.