Morreu hoje o antigo Secretário da Defesa americana, Robert McNamara, aos 93 anos.
McNamara era o último membro da Administração Kennedy ainda vivo e será sempre lembrado pelo controverso papel que desempenhou durante a Guerra do Vietname enquanto responsável máximo pela Defesa dos Estados Unidos. Durante os três anos da Administração Kennedy e dos quatro anos da Administração Johnson, McNamara foi sempre o principal visado pelas críticas da imprensa que o acusavam de não ter nenhuma estratégia para o Vietname e que a única coisa que a guerra fazia era consumir as vidas dos jovens americanos.
Muitos erros foram cometidos durante este período, principalmente por os EUA não estarem minimamente preparados para a guerra de guerrilha que os vietcongues estavam a travar e o resultado era o de um número cada vez maior de soldados mortos. A autorização dada por McNamara à utilização de bombas de napalm em território vietnamita é outra das grandes manchas da sua carreira.
McNamara só admitiu os vários erros cometidos quando lançou a sua autobiografia,em 1995, onde afirmou: "Nós, das administrações Kennedy e Johnson, agimos de acordo com aquilo que achamos que fossem os princípios e tradições do nosso país. Mas estávamos errados. Terrivelmente errados". A sua vida serviu ainda de base para o documentário "The Fog of War", vencedor em 2003 do Óscar de melhor documentário.
Ao longo do seu mandato como Secretário da Defesa, McNamara teve que lidar ainda com situações extremamente lamentáveis, como a fracassada tentativa de derrubar Fidel Castro na operação da Baía dos Porcos e graves, como a crise dos mísseis cubanos, que quase levou o mundo a uma III Guerra Mundial e o assassínio do Presidente John Kennedy.
Após deixar o cargo, em 1967, assumiu o cargo de Presidente do Banco Mundial, lugar que ocupou durante treze anos, entre 1968 e 1981. Para além dos cargos políticos que desempenhou, McNamara teve também uma bem sucedida carreira empresarial, pois antes de entrar no mundo da política foi Presidente da Ford, um dos gigantes do mercado automóvel.
Herói ou vilão, anjo ou demónio o que é certo é que Robert Mcnamara será sempre recordado como um homem íntegro, honesto e que agiu sempre de acordo com as suas mais sinceras convicções, apesar de estas terem muitas vezes sido totalmente erradas. Más opções todos na vida tomam, mas ter a hombridade e a coragem de assumir o erro poucos têm, ainda mais quando esses erros custaram a vida a muitas pessoas. Mas McNamara teve e disso ninguém o pode acusar.