Como podemos definir a proposta de Alberto João Jardim de numa futura revisão constitucional ilegalizar o PCP?
Talvez como RIDÍCULA, porque Portugal é um país livre e democrático e em países livres e democráticos não se proíbem partidos políticos de existirem. O mais irónico é que esta é uma prática corrente nos regimes comunistas que ainda sobrevivem (China, Cuba, Coreia do Norte)!
O Partido Comunista pode ter ideias e ideais ainda muito ligados ao passado ter ainda o sangue marxista-leninista a correr-lhe nas veias, mas isso não é razão para de repente querer ilegalizá-lo. Se em outros países os partidos comunistas não tem relevância é porque simplesmente não existem pessoas que queiram votar neles, o que não é o caso em Portugal, onde o PCP tem sempre votações que rondam as casa dos dez por cento, seja em legislativas ou europeias, possui um grande número de presidentes de câmara e tem uma grande base de apoio.
Mesmo sem nenhuma hipótese de algum dia chegar ao Governo, o PCP tem o direito de existir, porque simplesmente existem ainda milhares de pessoas que nele votam e que nele acreditam. Ilegalizar partidos em Portugal é típico do período do Estado Novo. A ideia de ilegalizar um partido político em pleno século XXI é tão ridícula que parece saída dos momentos mais quentes do PREC, no ido verão de 1975.
Só lamento é que a direcção nacional do PSD não se tenha ainda demarcado de ideia tão estapafúrdia, que só poderia mesmo ter saído da cabeça de Alberto João Jardim.