O Tribunal Constitucional chumbou hoje as polémicas normas do "célebre" Estatuto Regional dos Açores. Isto não surpreende ninguém. Desde o início desta novela que já se sabia que a razão estava do lado do Presidente. O PS fez birra e resolveu afrontar Belém quando aprovou o diploma na Assembleia da República, após este ter sido duas vezes chumbado por Cavaco Silva.
O caso parou no TC, que agora vem dar toda a razão a Cavaco. No meio desta história quem fica mal na fotografia é José Sócrates, que arranjou um conflito evitável com Cavaco, o que acabou lhe custando o fim da cooperação estratégica, e são os deputados do PS, que votaram a favor da aprovação do diploma, quase por unanimidade, revelando assim falta de pensamento próprio, preferindo ao invés disso prestarem-se ao triste papel de um uns simples "yes man".
Afrontar o Presidente nunca é bom resultado, ainda mais com medidas que afectam o poder presidencial. E Sócrates sabe-o bem, já que quando resolve bater de frente com Cavaco, acaba quase sempre por perder.
PS: A atitude de "mau perder" revelada pelo PS-Açores é digna de registo por ter sido tão lamentável. Um ataque cerrado ao Tribunal Constitucional, que é acusado de ser centralista e a Manuela Ferreira Leite, que é acusada de apoiar aqueles que querem tirar forças aos açorianos e de, em conluio com Cavaco Silva, tentar acabar com a Lei das Finanças Regionais, para assim ajudar Alberto João Jardim.
Como é possível envolver o nome do Presidente em guerrilhas partidárias? A acusação é grave e não deve passar sem resposta por parte de Belém.
Curiosa também a reacção do PS, pela voz de Alberto Martins, que diz que o chumbo de algumas normas não altera substancialmente o Estatuto. E eu pergunto: Se não altera, então para que foram lá postas?