foto: António Cotrim, Agência Lusa
O ambiente à volta da entrevista era de ansiedade. O que será que vai dizer da crise? E do Manuel Alegre? E da educação? Será que vai mentir? E do conflito com Cavaco vai falar?
Sócrates falou sobre todos estes temas e de uma forma que revela a preparação e o conhecimento que tem dos dossiers. Já se sabe o discurso da oposição: mentiras, ocultação de factos,etc etc. O de certa imprensa alinhada com o coro de críticas também é previsível. Mas, a mim interessam-me factos:
- Tenho confiança no primeiro-ministro para enfrentar e ultrapassar a crise(não existe ninguém mais bem preparado que ele).
- Concordo com o investimento público para estimular a economia( Keynes é cada vez mais actual e obrigatório)
- É verdade que Portugal tem agora melhores condições para enfrentar a crise do que tinha, por exemplo, em 2005. Isso foi possível fruto da diminuição do défice. É por isso que agora é possível aproveitar uma margem de 0,8% do pib para apoiar as empresas e famílias, chegando aos 3% de défice.
- Sou a favor das reformas contra as grandes corporações deste país. É preciso alterar mentalidades retrógadas e investir no progresso e no mérito. O que se passa com a educação é vergonhoso. O ministra não tem toda a razão,claro que não, mas os sindicatos têm tido uma postura verdadeiramente demagógica e a roçar o ridículo. O que eles propõem para a avaliação dos professores? Auto-avaliação. Estamos conversados.
- Sócrates assumiu divergências com o Presidente da Républica em relação ao estatuto dos Açores. Em dois pontos da Constituição. O Tribunal Constitucional que os chumbe e imediatamente são retirados. Em relação à Madeira ninguém diz nada? Já não deve ser território português.
- Sócrates conta com Manuel Alegre para a lista de deputados a apresentar para a próxima legislatura. Assim este o queira. Mais um problema resolvido( se se considerar um problema).
- Este ano não vai ser fácil. Os portugueses sabem isso. É preciso mudar hábitos e atitudes, não se deixarem influênciar por quem promete ser a voz da seriedade, e que ao mínimo descuido contradiz as suas palavras. Santana Lopes em Lisboa chega para perceberem?
Eu pela minha parte percebo bem o que se está a passar. Percebo a necessidade de uma nova maioria absoluta para governar Portugal. Percebo o estado da oposição em Portugal. O que já não posso perceber é que esta ambicione a governar o país. Os portugueses merecem muito melhor. E sabem escolher na hora da verdade. Eu sei o que quero.