30
Abr 09
publicado por Alexandre Veloso, às 22:11link do post | comentar

 

 Como este é um espaço de comentário livre, vou só desta vez fugir dos comentários políticos que caracterizam este blog para lembrar que amanhã passam quinze anos da morte de um dos meu grandes ídolos de infância, o lendário Ayrton Senna.

 

 Um acidente na terceira volta do Grande Prémio de San Marino, na maldita curva Tamburello, tirou a vida a um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1 e a um brasileiro que muito fez para honrar o nome do país por este mundo fora. É triste que tenha sido a sua maior paixão a roubar- lhe a vida.

 

 Confesso que ainda hoje custa-me ouvir  sem emocionar-me a música que marcou para sempre a sua carreira: o "Tema da Vitória".

 

 Fica para sempre a saudade de um génio.

 


29
Abr 09
publicado por Alexandre Veloso, às 14:38link do post | comentar

 Num momento em que se fala de um possível Governo de Bloco Central não é difícil perguntarmo-nos: como será possível dois partidos tão diferentes unirem-se para formar um Governo?

 

 Com o PS cada vez mais instável, o que o PSD deveria fazer era aproveitar-se das fragilidades que o Governo vem apresentando para endurecer a campanha e assim chegar mais perto do topo nas intenções de voto. Falar tão cedo do Centrão, e depois recuar, só mostra conformismo perante as sondagens que só colocam o PSD no segundo lugar, o que num país onde só dois partidos tem reais capacidades de governar, significa ser o primeiro dos últimos.

 

 No caso do PS ganhar sem maioria absoluta, o que é bastante provável, ao PSD restarão duas alternativas: ou alia-se ao PS, caso este assim o queira, para formar um Governo que pudesse navegar em águas mais tranquilas, ou fica na Oposição, o que num país com um governo de minoria é sempre uma faca de dois gumes, porque ou chumba as medidas propostas pelo Executivo e assim desgasta o Governo, já pensando em eleições antecipadas, o que seria uma posição extremamente eleitoralista, ou coopera com o Governo de forma a melhor governar o país em tempos de crise, o que seria uma posição mais realista, mas que desagradaria alguma áreas do partido.

 

 Penso que um Bloco Central poderia ser uma boa solução, mas que dificilmente irá para a frente porque PS e PSD não concordam em nada. Tem visões diferentes em relação a investimentos públicos, à criminalização do enriquecimento ilícito, à política educativa, à política de saúde, aos impostos, à utilização dos fundos comunitários, ao papel do Estado, ao aumento dos subsídios de desemprego e ainda muitos outros.

 

 Com tantos contras, como é possível imaginar uma aliança PS/PSD? 

 

 Em relação à pergunta do título deste post a minha resposta é sim, no caso de um governo de minoria. Agora resta saber a opinião dos políticos e da população em geral.  


publicado por Alexandre Veloso, às 14:10link do post | comentar

 Será mais cegueira a dos portugueses que recusam- se a ver as contradições de Manuela Ferreira Leite, ou a do PM que mente aos portugueses sobre:

 

- a crise

- os pseudo relatórios da OCDE

- o realismo do Orçamento de Estado

- as suas "boas" relações com o Presidente

- o facto de não entender e de responder ao PR

- o estado da justiça em Portugal

- a inevitabilidade de um aeroporto na Ota (passados alguns meses a Ota já era má e o bom mesmo é Alcochete. " Margem Sul? "Jamais". Pois....)

- as divergências "inexistentes" com o seu candidato às europeias em relação à possível reeleição de Durão Barroso.

- as boas relações com Manuel Alegre

- o facto de não entender as "farpas" lançadas de vez em quando por Mário Soares

 

 Isto tudo sem falar do intragável ministro Augusto Santos Silva, este sim um verdadeiro pau-mandado, que dispara em todas as direcções: critica Alegre como se tivesse alguma moral para falar, abstém-se de comentar pormenorizadamente as absurdas críticas de José Lello a Manuel Alegre e, "last but not least", afirma sem nenhum pudor que gosta é de "malhar" na direita. Sócrates fala e lá temos nós que algumas horas depois levar com as palavras de ASS a defendê-lo. Sócrates lança o pauzinho e o seu cãozinho vai lá buscá-lo. Já aqui disse que ASS é um Sancho Pança dos tempos modernos, pena é que não tenha a mínima graça.

 

 Com tantos exemplos, afinal qual será a maior e mais grave cegueira? A de quem governa ou a de quem faz oposição dentro ou fora do Parlamento? Já diz o ditado : o pior cego é aquele que não quer ver. E destes o Governo, e também o país, está cheio.


publicado por André Pereira, às 13:21link do post | comentar

Em entrevista a Mário Crespo, Manuela Ferreira Leite não rejeitou a hipótese de um bloco central se fosse o melhor para o país. Isto foi dito de forma clara e todos nós assim o entendemos, mas surpresa das surpresas, não era isto que Ferreira Leite queria dizer.

 

Logo tratou de desmentir o que todos tinham visto e meter o seu pauzinho mandado, Paulo Rangel dizer umas palavrinhas a dizer que tinham sido mal interpretadas as palavras da Doutora. Mas quem fazer-.nos a todos de burros? Cada vez que a senhora abre a boca nunca diz aquilo que quer dizer. É isto que queremos a governar o país? Em vez de ministros talvez  fosse melhor um enorme grupo de tradutores e especialistas em hermenêutica.

 

 A política de verdade assim é fácil: diz-se asneira? Não há crise, vamos logo desmentir e dizer que fomos mal interpretados. Será que ninguém vê que o problema não está em quem interpreta, mas sim em Ferreira Leite? Já chega de tanta cegueira!


publicado por Simão Martins, às 01:53link do post | comentar

 

Os próximos tempos vão ser da maior importância para o futuro da política em Portugal e, sobretudo, do país em si. Sócrates em apuros, sozinho. A oposição agradece.

 

Parece-me que o primeiro-ministro errou ao escolher Vital Moreira como candidato do PS ao Parlamento Europeu, o que lhe vai dar a vitória nas europeias.  O cabeça de lista dos socialistas para o PE tem sido um dos seus críticos mais ferozes e subliminares em relação às questões europeias (Tratado de Lisboa, apoio a Durão Barroso). Tudo o que contrariar Sócrates vai receber votos quer queiramos, quer não.

 

Por outro lado, o facto de agora se falar num eventual Bloco Central parece-me tudo menos coerente. Basta assistir a um debate quinzenal para perceber que nem para jogar matraquilhos os dois grandes partidos se entenderiam. Esta hipótese levaria a uma crise de governabilidade que, nos tempos que correm, é o que menos se deseja.

 

Portanto, em ano eleitoral, as coisas estão pretas para o lado de Sócrates. A paródia invocada por João Pereira Coutinho de que "só Sócrates pode derrotar Sócrates" começa a desvanecer-se. Paulo Portas está hoje mais à esquerda do que o PS na primeira metade do mandato: ganha votos. Francisco Louçã assiste calmamente à subida do seu partido nas sondagens, podendo até passar a terceira ou segunda força política: ganha votos. Ferreira Leite, ao prosseguir na retaguarda deste comboio de crítica  - sistemática, fácil e agradável ao ouvido geral - em relação ao governo ganha, inevitavelmente (e infelizmente), votos.

 

E agora Sócrates tem a guilhotina à espera, preparada especialmente por metade dos jornalistas, a totalidade dos professores, agricultores, desempregados, enfermeiros, médicos e quem quiser inventar motivos para o assassinar, política ou literalmente.


22
Abr 09
publicado por Alexandre Veloso, às 21:31link do post | comentar | ver comentários (1)

 A saída da jornalista Fernanda Câncio da TVI, onde era um dos comentadores do programa "A Torto e a Direito", da TVI24 não surpreende minimamente para quem vinha acompanhando o programa.

 

 Como é do conhecimento geral Câncio é namorada do actual PM, e este simples facto tornava qualquer comentário que fizesse susceptível às mais variadas interpretações. E muito cedo ficou claro que a presença da jornalista no programa seria curta, porque esta encara o jornalismo de uma maneira diferente da maneira da TVI, de Francisco José Viegas, com quem trocou alguns mimos sobre o que é jornalismo de investigação, de João Pereira Coutinho, com quem trocava azedas palavras sobre a actuação governamental e também de todos os outros que atacassem o Governo e o PM, jornalistas ou não.

 

 Acho que Fernanda Câncio tem toda a legitimidade para fazer as críticas que quiser. Sendo mais virada à esquerda é legítimo que como jornalista manifeste a sua opinião, tal como fazem muitos jornalistas, mais ligados à direita ou à esquerda. Câncio, jornalista que particularmente aprecio pelos trabalhos que faz e pelos livros que escreveu, seria uma comentadora perfeita, se não fosse a "pequena" particularidade de ter uma relação com o PM. Isto a tornava um alvo fácil da crítica e do público, que encarava-a como um elemento infiltrado pelo Governo na TVI, e que estava ali simplesmente para defender o PM, e o Governo, de absolutamente tudo. A forma como não quis responder à questão de FJV, no último sábado, sobre se concordava ou não com as palavras do PR, demontrou a sua fragilidade. Não podia responder que não porque desta maneira seria acusada de ser parcial e de "tomar as dores do PM", mas também não podia responder que sim, porque iria contra tudo que vinha defendendo, e ficaria mal perante JS, porque este certamente iria dizer que não entendia, como acabou por dizer.

 

 E qual foi a solução? Responder com um diplomático "não compreendo as palavras do PR". A isto chama-se sair pela tangente.

 

 Volto a dizer que Fernada Câncio tem toda a legitimidade de, como jornalista, ir à televisão dizer a sua opinião. Se tantos jornalistas o fazem porque ela também não faria? Se até os poltícos estão na televisão a comentar (Marcelo Rebelo de Sousa, António Vitorino, Pacheco Pereira, António Costa), apesar de estes serem membros de partidos e deles não se poder esperar uma total isenção, coisa esta que se espera de um jornalista, porque ela não o faria também? Mas neste caso acho que o melhor que ela deveria ter feito era ter recusado logo de entrada o convite para comentar na TVI, principalmente devido à sua ligação com o PM. Assim evitava ter de ouvir de José Eduardo Moniz que a sua "contratação" foi " um erro de casting".

 


21
Abr 09
publicado por André Pereira, às 23:00link do post | comentar | ver comentários (3)

A entrevista do primeiro-ministro à RTP pouco acrescentou em termos de novidades. Por entre a crise financeira, o caso Freeport, houve um tema que se destacou entre os demais: as palavras do Presidente da República.

 

Judite de Sousa estava imparável e as suas perguntas andaram quase sempre à volta das palavras de Cavaco. Não se ouviu uma única vez falar do PSD. Cavaco, Cavaco e mais Cavaco. Mas a que propósito? Outro não vejo que o da mesquinhez jornalística na tentativa de arranjar um novo caso político.

 

Sócrates esteve menos agressivo para com os jornalistas, demonstrou a tranquilidade do costume e nem o caso Freeport o atrapalhou. Eu não esperava muito desta entrevista. Mas esperava muito mais dos jornalistas. Com entrevistadores fracos não se fazem boas entrevistas.


17
Abr 09
publicado por Alexandre Veloso, às 13:07link do post | comentar

 

 

 Para quem estuda jornalismo, certamente o nome de Tom Wolfe não é desconhecido. Um dos "pais fundadores" do "new journalism" e um dos mais respeitados jornalistas americanos. Estreou-se no mundo dos romances há cerca de 20 anos com o estrondoso "A Fogueira das Vaidades", que valeu-lhe grandes elogios da crítica.

 

 Foi preciso esperar até 2004 para que Wolfe voltasse aos romances, o que fez com este "Eu Sou a Charlotte Simmons", agora traduzido em português pela editora Dom Quixote. Este é um livro que causou grande polémica na altura da sua publicação devido ao facto de pôr a nu a verdadeira realidade universitária americana. Apesar de não ter sido tão bem aceite pela crítica como o seu livro anterior, devido a alguns defeitos inerentes a qualquer escritor (tais como o excesso de adjectivos e de pormenores e o cliché de alguns personagens), este livro teve o mérito de apontar tudo o que de mal acontece nas universidades dos EUA, o que, com maior ou menor dificuldade, foi reconhecido pelos críticos.

 

 Os estudantes é que não tiveram problemas em criticar veementemente o livro, acusando o autor de não saber diferenciar entre os alunos interessados e os que não querem nada, de não conhecer a vida universitária por dentro (vale lembrar que Wolfe fez um trabalho de pesquisa para este livro que consistiu na sua visita a vários campus universitários e na conversa com vários estudantes) e de fazer uma generalização das situações, juntando todos os alunos num mesmo "saco" de pervertidos, alienados, relaxados, tarados sexuais e sem cultura nenhuma.

 

 A história centra-se na vida de Charlotte Simmons, estudante que chega à fictícia Universidade de Dupont, vinda das montanhas da Carolina do Norte, e que sonha em fazer uma carreira académica que dê seguimento ao excelente percurso que teve na escola secundária. Só que para a inteligente e culta Charlotte a universidade vem a revelar-se não um oásis do conhecimento, onde ela vai aprofundar o seu saber, mas sim um lugar, e nas palavras de Francisco José Viegas na revista LER  deste mês, "onde se juntam todas as imoralidades, a glorificação do desporto e do corpo, a política de castas, a desvalorização da cultura e da leitura e o primado da tecnologia sobre a simples humanidade." A partir da descoberta de que a universidade não é aquilo de que estava à espera, a vida de Charlotte entra numa espiral de acontecimentos variados, de encontros e desencontros com os outros personagens centrais da obra e de uma profunda decadência moral, que tenta corromper a personagem, e que leva o leitor a ficar agarrado ao livro e a torcer para que a miúda do campo não se deixe vencer pelas mundanas tentações da cidade, apesar de por vezes a ingenuidade de Charlotte em certas situações ser irritante. 

 

 Este é um livro altamente recomendável para aqueles que querem realmente saber a verdade sobre a realidade universitária dos EUA. Quer goste-se, quer não do estilo do autor ou das suas descrições, não se pode apontar Tom Wolfe como um inventor de aldrabices sobre os inocentes jovens americanos, porque tudo o que vêm escrito no livro é a mais pura verdade, ainda que com uma generalização excessiva, e isso é uma coisa que os jovens americanos sabem. Bem lá no fundo, mas sabem.

 

 


14
Abr 09
publicado por André Pereira, às 22:38link do post | comentar

Manuela Ferreira Leite justificou a escolha de Paulo Rangel " em nome da renovação". Mas que tipo de renovação? Cara nova? Não me parece, Rangel é líder parlamentar do PSD. Eu até podia aceitar outras justificações, agora em nome da renovação? Poupe-me Drª Manuela. A sua política de verdade é uma pescadinha de rabo na boca.


publicado por Simão Martins, às 22:24link do post | comentar

 

...é o que acaba de dar Manuela Ferreira Leite. Isola-se e perde força, ao tornar uma das jóias da coroa em candidato ao Parlamento Europeu.

 

Paulo Rangel, que não é de todo a minha figura predilecta na política em Portugal, apresentava-se desde há algum tempo como um dos grandes manda-chuva da Assembleia República, demonstrando uma forma de fazer oposição como há muito faltava ao PSD. 

E agora que o PSD tinha alguém que podia ajudar Ferreira Leite a fazer uma boa oposição e quem sabe destronar o PS do governo, eis que esta o recambia para Bruxelas.

 

Quem ganha é o PS e Ferreira Leite fica assim mais distante de algo a que se poderia chamar uma "mínima concretização política".


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