"Esta-mos" neste momento no último ano da faculdade. O terceiro da "licensiatura", que começou em 2006.
Este tipo de erros acima identificados com aspas foram dos mais frequentes desde que entrei para o curso de Ciências da Comunicação e da Cultura com vertente em jornalismo. Mas não da minha parte. Podem chamar-me convencido ou dizerem que tenho à minha volta uma espécie de bolha invisível que me protege dos erros ortográficos ou gramaticais.
Mas se há coisa que realmente prezo é a boa utilização da língua portuguesa. Comecemos pelo princípio: ninguém nasce ensinado. Na escola primária iniciamos (e não "inicia-mos") o nosso percurso em torno de construção de frases e compreensão de textos. Passando para o ensino preparatório, as coisas complicam-se um pouco. Lá para o 7º ou 8º ano, quem não souber de todo escrever, não deve passar para o ano seguinte; é assim que as coisas deviam funcionar! E, por isso, já nem falo no secundário, em que o grau de exigência é considerável e tais erros não devem ser permitidos; a condescendência é das piores coisas para o ensino.
E chego eu à faculdade (privada, onde a média mínima para entrar se resume aos míticos 9,5) e deparo-me com uma deficiência ao nível da escrita duma dimensão absolutamente ridícula (e mesmo na línguagem oralizada, não faltam os "por causa que" e os "houveram"), caracterizado por um desconhecimento geral do correcto uso da pontuação, das formas verbais e até erros tão ridículos (até para uma criança do 4º ano) como aquele contido no título deste texto. Fico perplexo quando vejo esta forma de encarar a escrita num curso em que esta é, no mínimo, basilar. Não se pede que tenham uma escrita atraente, com personalidade e afins. Pede-se que saibam escrever duas frases seguidas com sentido e, para isso, ler é essencial (não descansem, não chega ler A Bola ou o Destak).
Há alturas em que faz falta ver aquele programa com o Diogo Infante, "Cuidado com a Língua". Principalmente para estes futuros jornalistas. Por falta de modéstia, alguma dedicação e muita leitura, tenho tido por hábito não me incluir nessa quantidade gigantesca de gente que simplesmente não sabe escrever!