Daniel Okrent, cujo livro (O Provedor, Edições 70) foi lançado em Portugal neste Outono, foi o primeiro Provedor dos Leitores do New York Times. A sua missão era clara: tirar o jornal de uma onda de desconfiança e de falta de credibilidade em que mergulhara aquando do escândalo de Jason Blair (jornalista que plagiou/falseou notícias).
Embora se trate do New York Times, e toda a gente se curva perante o nome (novamente, New York Times), as questões jornalísticas levantadas por Okrent fazem sentido em todos os países em que as liberdades de expressão e de imprensa estejam institucionalizadas e associadas a um regime político democrático.
O cargo que foi ocupar, denominado Provedor dos Leitores (Public editor, Ombudsman), destinava-se a avaliar, objectivamente, o trabalho jornalístico do Times. Atendendo às questões e reclamações (dos leitores), Okrent tentava dessa forma descobrir as lacunas jornalísticas, defendendo os leitores ou, noutros casos, os próprios jornalistas. Agora que já abandonou o cargo e que lançou o livro, eu prefiro denominar Daniel Okrent como o Provedor do Jornalismo - porque os leitores do Times agora têm à disposição outro senhor, Clark Hoyt, o livro O Provedor afigura-se sobretudo como uma resposta a tantas questões do dia-a-dia dos jornalistas.